Diários e Cadernos de Patricia Highsmith falam-nos do mundo interior de uma das mais importantes romancistas do século xx. Relegada para o género policial e de mistério durante grande parte da sua vida, Patrícia Highsmith foi sendo reconhecida como uma das grandes “escritoras modernistas” (Gore Vidal).
Admirada por muitos leitores atraídos pelo torvelinho psicológico que se adivinhava por trás da sua prosa, Highsmith recusou-se a autorizar uma biografia, apesar das solicitações que teve nos últimos anos que passou na Suíça. Após a morte da autora de O Talentoso Mr. Ripley em 1995, a sua editora, Anna von Planta, descobriu os seus diários e cadernos ocultos num armário de roupa branca, acompanhados de instruções sobre o melhor modo de os ler. Durante anos, Von Planta procurou as ligações e continuidades entre cerca de oito mil páginas, que permitiram obter informações sobre a esquiva mulher que se ocultava e revelava na sua escrita.
São páginas que nos falam de uma mulher que, nas palavras de Graham Greene, era mais uma “poeta do receio do que do medo”. Um livro que mostra as facetas contraditórias da autora, a sua capacidade de manipulação sem pudor, os seus entusiasmos, os seus momentos de antissemitismo e misoginia e até de racismo, a par da sua elevada disciplina de escrita e de uma vida em que os gatos e os caracóis lhe mereciam mais afeto do que muitos seres humanos.
Patricia Highsmith revela o que antes já havia confessado através das suas personagens; que amar e matar estão afinal separados por uma frágil barreira, que todos podemos passar de vítimas a carrascos e que o inferno está ao virar da esquina do paraíso.
“Este livro oferece o retrato mais completo jamais publicado desta canónica autora.” [The New York Times]
Diários e Cadernos (tradução de Alda Rodrigues) e outras obras de Patricia Highsmith estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/patricia-highsmith/
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