13.11.23

Sobre A Luz e a Escrita, de Humberto Brito

 


«À prática da fotografia, bem como à da escrita, cabe bem associar o conceito de hospitalidade, cuja tradição filosófico-literária não é, de maneira nenhuma, aqui compreensível ou catalogável. Nem de resto nos interessaria enveredar por tal caminho. Mais proveitoso será seguir a hipótese de leitura a que Humberto Brito, fotógrafo e professor de literatura na New York University, convida em A Luz e a Escrita, uma edição Relógio D’Água, na análise de um conto literário, A Lenda de São João Hospitaleiro, de Gustave Flaubert, incluída na presente edição na tradução de Pedro Tamen, a par de excertos da correspondência, com tradução do próprio Humberto Brito, que o autor francês mantém com várias figuras do meio literário da época: Louise Colet, George Sand, entre outros. […]

Procedendo a uma identificação entre o livro (pela afinidade contígua da referência, no fim do conto), o vitral (enquanto modelo da narrativa) e a figura do santo (conciliadora de uma faceta sagrada e outra profana), este ensaio propõe perseguir a ambivalência da figura (do santo) e do estatuto de um texto esculpido a partir de uma composição visual religiosa, tão particular (no que diz respeito ao vitral em Rouen) quanto abstrato (no que concerne à história, suas potências simbólicas e textuais, seu fulcro moral, de S.Julião), sem intentar nunca na escolha resolutiva de uma sobre outra faceta, força ou dimensão.» [Maria Brás Ferreira, Observador, 22/10/2023: https://observador.pt/2023/10/22/humberto-brito-uma-passagem-para-o-comeco/]


«A Luz e a Escrita» e «A Interrupção dos Sonhos», de Humberto Brito, estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/humberto-brito/


As obras de Gustave Flaubert editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/gustave-flaubert/

Sem comentários:

Enviar um comentário