18.2.23

Sobre a Vida Mentirosa dos Adultos, de Elena Ferrante

 



«Dois anos antes de sair de casa, o meu pai disse à minha mãe que eu era muito feia» é a frase inicial deste romance.

A revelação é feita por Giovanna, que ao olhar paterno se transformara de criança encantadora em adolescente imprevisível, que parecia tornar-se cada dia mais parecida com a desprezada tia Vittoria.

A frase ouvida sem que os pais o soubessem vai levar Giovanna a procurar conhecer a tia, cujas fotografias foram apagadas dos álbuns de família e é evitada em todas as conversas.

Para saber se estará realmente a tornar-se semelhante à tia, vai visitar a zona empobrecida de Nápoles, conhecer uma versão diferente dos seus pais, provocando sem o saber a desagregação da sua família intelectual, compreensiva e perfeita na aparência.

Confirmando a sua mestria narrativa e o profundo conhecimento do que se passa na cabeça das adolescentes, Ferrante constrói um enredo surpreendente, ligando uma história de iniciação aos episódios de uma pulseira que passa de mão em mão. 

Giovanna move-se entre duas famílias e duas zonas da cidade em busca dela própria, na passagem da adolescência para a idade adulta.


«Ferrante mostra outra vez ser imbatível em colocar-se na cabeça de uma adolescente, mostrando-nos como tudo aquilo que parece irracional a um olhar alheio — estados de espírito, silêncios, ciúmes, medos, lágrimas e ressentimentos — é absolutamente lógico e razoável.» [The Times]


«As suas personagens femininas são verdadeiras obras de arte.» [El País]


«Chorei ao ler os seus livros.» [Jonathan Franzen]


«Na minha mesa de cabeceira, estão os diários de Virginia Woolf, os contos de Tchékhov e os romances de Elena Ferrante.» [Leïla Slimani]


A Vida Mentirosa dos Adultos (trad. Margarida Periquito) e as outras obras de Elena Ferrante estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/elena-ferrante/

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