20.12.22

Sobre «Ferry», de Djaimilia Pereira de Almeida

 


«A crítica acarinhou-a logo em 2015 quando se estreou com o romance “Esse Cabelo”, foi depois distinguida com o Prémio Oceanos 2019 com “Luanda, Lisboa, Paraíso”, e novamente em 2020 teve direito ao segundo lugar “A Visão das Plantas”. Nascida em Luanda, cresceu nos subúrbios de Lisboa e deixa claro que não quer que a sua literatura encaixe em rótulos. Acaba de publicar “Ferry” (ed. Relógio D’Água), um romance sobre um amor que é uma ilha à prova de sonhos afundados.

Já a ouvi dizer que a escrita para si é “liberdade” e “alegria”. Mas não será a criação literária também uma fonte de angústias e tormentas?
Não. O que acontece é que a escrita trata das minhas dores todas. Quando tenho um problema que me angustia, uma pergunta que me aflige ou uma dor qualquer, escrevo. Escrever, lava-me.

O que a levou a embarcar neste “Ferry”?
Quis escrever sobre a relação entre um homem e uma mulher que fosse posta em causa, testada.

“Ferry” conta a história de Vera e Albano, um amor incondicional, de romance clássico, que nada separa, nem a doença mental de Vera…
Exactamente. Acredito no amor e nas histórias de amor. Isto é capaz de ser a coisa mais fora de moda e, ao mesmo tempo, revolucionária. Foi uma grande angústia publicar este livro. Tive dúvidas se fazia sentido contar uma história assim.»

[Entrevista de Bernardo Mendonça, no «Expresso», 2022/12/16]

«Ferry» e outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/

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