23.3.22

Sobre O Vermelho e o Negro, de Stendhal

 



«Apesar das numerosas semelhanças entre O Vermelho e o Negro e A Cartuxa de Parma, os dois romances são subtilmente diferentes na sua perspectiva erótica e na representação dos protagonistas de Stendhal. A nostalgia de glória napoleónica não abandona Julien quase até ao fim, mas extingue-se em Fabrizio depois da derrota de Waterloo. O autêntico amor não se apodera de Julien a não ser nos seus últimos dias e, ainda que não existam motivos para duvidar da sua sinceridade, tanto ele como madame de Rênal sabem que não têm futuro, o que constitui um nada negligenciável motivo para intensificar a paixão. […]

Julien Sorel nada sabe de si próprio; só é capaz de sentir as paixões depois de as simular e tem um inegável talento para a hipocrisia. E, no entanto, Julien mantém o nosso interesse e, mais do que isso, fascina-nos, não somos capazes de sentir antipatia por ele.» [Harold Bloom, O Futuro da Imaginação]


«Stendhal faz com que o leitor se sinta orgulhoso de ser seu leitor.» [Paul Valéry]


O Vermelho e o Negro (tradução de José Marinho) e outras obras de Stendhal estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/stendhal/

Sem comentários:

Enviar um comentário