14.2.22

Sobre Ensaio sobre o Princípio da População, de Thomas Malthus

 



«O Ensaio de Malthus é uma obra de génio juvenil. O autor estava plenamente consciente da significação das ideias que exprimia. Acreditava ter descoberto a chave da miséria humana. A importância do Ensaio consistia não na novidade dos factos mas na ênfase esmagadora que Malthus punha numa generalização simples que deles resultava. Com efeito, a sua ideia condutora fora em larga medida antecipada em termos mais desajeitados por outros autores do século XVIII, sem ter atraído as atenções.

O livro pode reclamar lugar entre os que tiveram uma influência de primeira grandeza no progresso do pensamento. Pertence em profundidade à tradição inglesa das ciências humanas — a essa tradição do pensamento escocês e inglês, em que existiu, segundo penso, uma extraordinária continuidade de sensibilidade, se assim me posso exprimir, desde o século XVIII até aos dias de hoje: essa tradição que os nomes de Locke, Hume, Adam Smith, Paley, Bentham, Darwin e Mill sugerem, tradição marcada pelo amor da verdade e uma nobre lucidez máxima, por uma prosaica sensatez livre do sentimento ou da metafísica, ao mesmo tempo que por um imenso desinteresse e pela preocupação com a vida pública. A continuidade que existe entre estes escritos não é somente de sensibilidade, mas também de conteúdo. Tal é o grupo a que Malthus pertence.» [Do Prefácio de John Maynard Keynes]


Ensaio sobre o Princípio da População (trad. Miguel Serras Pereira) está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/ensaio-sobre-o-principio-da-populacao/

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