24.12.21

Sobre Pensamentos, de Blaise Pascal

 



«Morreu aos trinta e nove anos. Apesar da pouca idade, deixou inúmeros contributos na área das ciências, nomeadamente no terreno das matemáticas. Inventou um triângulo aritmético em que a soma dos números bate sempre certa. Uma calculadora para facilitar a vida ao pai (embora a Pascaline só fizesse contas de somar e subtrair). Criou um teorema que leva o seu nome e, não fora a correspondência que trocou com Pierre de Fermat sobre probabilidades, talvez o mafioso Bugsy Siegel nunca tivesse apostado em Las Vegas nem sido condenado a uma morte tão gráfica.

Certa “nuit de feu”, a 23 ou 24 de Novembro de 1654, teve uma crise mística, coisa que acontecia com frequência a muito boa gente, e chegou à conclusão de que o coração tem razões que a própria Razão desconhece. E se na corrente do tempo é sobretudo a obra metafísica e teológica que o mantém à tona, mais do que os trabalhos estreitamente científicos, a contaminação entre os seus vários campos de interesse é bem visível na argumentação que nos deixou acerca da existência de Deus e a questão da vida eterna.» [Ana Cristina Leonardo, Ípsilon, Público, 24/12/2021: https://www.publico.pt/2021/12/24/culturaipsilon/cronica/nave-va-1989541]


Pensamentos, de Blaise Pascal (trad. Miguel Serras Pereira), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/pensamentos-2/

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