«Os seus [de Ted Chiang] enredos de ficção científica primam pela originalidade. Colocam o leitor perante situações que o fazem reflectir. Entre os recenseadores, há quem fale de ficção científica “filosófica” ou “humanista”. Não há na sua prosa as confusões das “guerras dos mundos”, mas sim situações incomuns de base científica ou tecnológica que permitem levantar as grandes questões da humanidade, por exemplo a magna questão de saber se existe determinismo estrito ou se dispomos de uma margem razoável de livre-arbítrio. Tenho para mim que toda a ficção científica, que li muito mais em jovem do que leio hoje, é, de alguma maneira, filosófica e humanista. Trata-se de observar o ser humano em cenários e dilemas onde a natureza humana se possa revelar com maior nitidez. Coloca-se o homem num fato de astronauta em Marte ou num buraco negro, com o fito de melhor o conhecer: ir para longe é sempre uma maneira de chegar mais perto. Esta característica da ficção científica está bem nítida em Isaac Asimov e Arthur C. Clarke, dois gigantes que influenciaram o jovem Chiang. A moderna ficção científica é a continuação da antiga.» [Carlos Fiolhais, De Rerum Natura, 13/8/2021: http://dererummundi.blogspot.com/2021/08/ted-chiang-e-moderna-ficcao-cientifica.html]
Exalação, de Ted Chiang (trad. José Miguel Silva), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/exalacao/
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