24.10.21

Sobre De Noite Todo o Sangue É Negro, de David Diop

 



«A loucura suscitada pela violência das guerras é tema muito explorado. Mas o francês Diop consegue, neste romance breve distinguido com o prémio International Booker 2021, criar fulgor. As primeiras linhas do novelo literário (que, desfeito, obrigará a reler as pistas iniciais) transportam-nos para a consciência de Alfa Ndiaye: o soldado senegalês, combatente na I Guerra Mundial, a remoer as vozes dos antepassados e o remorso por não ter acabado com a agonia de Mademba Diop, seu “mais do que irmão” ferido. É o gatilho que o fará decepar as mãos dos alemães mortos, destravar o delírio. “E, vista de longe, a nossa trincheira apareceu-me como os lábios entreabertos do sexo de uma mulher imensa. Uma mulher aberta, oferecida à guerra, aos obuses e a nós, os soldados. Foi a primeira coisa inconfessável que me permiti pensar.” Mitos, redenção, lost in translation, tudo terá aqui um papel.» [Sílvia Souto Cunha, Visão, 13/10/2021: https://visao.sapo.pt/visaose7e/livros-e-discos/2021-09-13-selecao-internacional-10-novos-livros-sem-fronteiras/]


De Noite Todo o Sangue É Negro, de David Diop (tradução de Miguel Serras Pereira), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/de-noite-todo-o-sangue-e-negro/

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