26.8.21

De Mais Novembro do que Setembro, de Guillaume Apollinaire

 




«Zona


Por fim já não suportas mais esse mundo antigo


Ó torre Eiffel pastora o rebanho das pontes bale esta manhã


Estás farto de viver na antiguidade grega e romana


Aqui até os automóveis parecem antiguidades

Só a religião se manteve novinha em folha continuou simples

A religião como os hangares de Port-Aviation


Ó Cristianismo só tu não estás fora de moda na Europa

O Europeu mais moderno sois vós Papa Pio X

E tu que as janelas espiam é a vergonha que te retém

De entrar numa igreja para te confessares esta manhã

Lês os prospectos os catálogos os cartazes que cantam bem alto

Esta manhã esta é a poesia que temos e para a prosa há os jornais

Há os fascículos a 25 cêntimos a transbordar de aventuras policiais

Perfis de homens eminentes e mil títulos diversos

Vi esta manhã uma rua lindíssima de que esqueci o nome

Asseada e nova era mesmo o clarim do sol» [p. 18]


Mais Novembro do que Setembro, de Guillaume Apollinaire (tradução de Maria Gabriela Llansol), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/mais-novembro-do-que-setembro/

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