31.8.21

De Depois da Rússia, de Marina Tsvetáeva

 



«Há um tempo para as palavras.

Do inaudível ouvido

Tamborila a vida

Os seus altos direitos.


Talvez – venham da mossa

Que a fronte faz num ombro.

Talvez – venham do raio

Invisível de dia.


Pela inútil corda, o gesto

Dos ossos – sobre o lençol.

Tributo ao seu medo

E ao seu corpo mortal.


É tempo do mal ardente

E das súplicas em surdina.

Tempo de ser irmão sem terra.

Tempo de ser órfão do mundo.


11 de Junho de 1922» [p. 21]


Esta e outras obras de Marina Tsvetáeva estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/marina-tsvetaeva/

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