«Há 299 anos, Daniel Defoe relatava o cenário apocalíptico provocado por uma peste que, em 1665, ceifou 200 mil vidas só na capital inglesa. Entrelaçando acontecimentos reais e ficção, o escritor inglês encetou uma abordagem da qual Gonçalo M. Tavares se distanciou em absoluto no seu mais recente livro, partilhando apenas semelhanças no título.
Se Defoe partia da realidade para efabular, ainda que com o propósito de retratar de forma fidedigna essa tumultuosa época, no caso de Tavares, pelo contrário, é o quotidiano em estado bruto que nos é dado a observar de um modo tão torrencial quanto absorvente. […]
A escrita foi a solução imediata que encontrou para não soçobrar ao impacto inicial. Mais do que uma simples resposta ao que se desenrolava sob os seus olhos, a escrita afigurou-se uma "necessidade", um modo de expurgar a tensão e a dúvida suscitadas por tamanho cataclismo.» [Sérgio Almeida, JN, 8/7/2021: https://www.jn.pt/artes/o-que-fazemos-quando-tudo-arde-13917218.html]
«Diário da Peste» e outras obras de Gonçalo M. Tavares estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/goncalo-m-tavares/
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