29.3.21

Sobre O Problema dos Três Corpos, de Liu Cixin

 



«O resumo do enredo pode levar a crer que estamos perante mais uma história clássica em que alienígenas invadem a Terra e esta tenta defender-se a todo o custo. Estamos e não estamos. Neste primeiro volume, a invasão anuncia-se, mas não chega a cumprir-se. Apesar disso, não é de um conflito entre nós e os outros que se trata, pelo menos nessa acepção narrativa cujo imaginário remete para naves espaciais, figuras antropomórficas de tom esverdeado e longas viagens pelas auto-estradas do cosmos. O que se joga nestas mais de 300 páginas são vários conflitos, sobretudo entre nós e nós próprios, mas também uma série de dúvidas intemporais, da possibilidade de vivermos em sociedade de forma harmoniosa ao equilíbrio entre a espécie humana e as outras espécies. […]

À semelhança de autores como Ursula Le Guin ou Philip K. Dick, Liu Cixin trabalha com vários códigos associados ao género que se definiu como ficção científica, e é imediato o reconhecimento das temáticas e das abordagens características desse género, mas a sua escrita é tão ampla, apontada ao universal e devedora do intemporal que se torna difícil encerrá-la entre fronteiras mais restritas. Claro que dizer isto parece pressupor que a ficção científica será um género que menoriza os textos que aí se arrumam, o que está longe de ser verdade.» [Sara Figueiredo Costa, Parágrafo, 64, Março 2021. Texto completo em https://paragrafopontofinal.wordpress.com/2021/03/26/alguem-nos-escuta-para-la-das-estrelas/ ]


O Problema dos Três Corpos, de Liu Cixin (trad. Telma Carvalho), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/o-problema-dos-tres-corpos/

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