25.3.21

Sobre Averno, de Louis Glücke

 



«Em grande medida este livro é o trabalho de regresso à vida de alguém que se tomou por um condenado. Documenta a dolorosa digestão de um trauma, de alguém que faz os possíveis por reaver a carne, por sobreviver ao fantasma, a esse golpe que nos lança para o exterior da vida e de nós mesmos, uma dessas desgraças que nos partem ao meio. (“Deixaste de estar aqui no mundo./ Estás num lugar diferente, um lugar onde a vida humana não tem sentido.// Não és uma criatura num corpo./ Existes como as estrelas existem, participando na sua quietude, na sua imensidão.”) Assim, o poema “Lago na Cratera” funciona como um eixo de “Averno”, livro que por nos parecer mais complexo, o mais exemplar desse golpe de rins, desse talento para respirar vida nova numa existência que parecia estar a ser usada apenas “para sustentar uma ficção”, mais exige que nos detenhamos nele.» [Diogo Vaz Pinto, i, 24/3/2021. Texto completo em https://tinyurl.com/spv46mn]


As obras de Louise Glück editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/louise-gluck/

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