20.11.20

Sobre A Perna Esquerda de Paris seguido de Roland Barthes e Robert Musil, de Gonçalo M. Tavares

 



“Maria Bloom estava apaixonada e, como na inclinação de um caminho, os seus seios e a sua boca inclinavam-se para o desejo. Certas coisas invisíveis vêem-se.

Em Paris Maria Bloom falava delicadamente, noutras cidades dizia rápido o que tinha a dizer e calava-se; era agressiva. Os sítios influenciam o discurso.

Toda a fechadura é um sinal de fracasso da humanidade.

Maria Bloom por vezes era literária nas extremidades eróticas, o que aborrecia os homens. Preferiam que ela fosse erótica nas frases, erótica no alfabeto. No entanto existiam ainda outros dias.

Não se prende o amor com pregos, ao coração. Daí a fragilidade.”


Esta e outras obras de Gonçalo M. Tavares estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/goncalo-m-tavares/


Sem comentários:

Enviar um comentário