4.8.20

António Barreto em entrevista com Maria Henrique Espada da revista Sábado







«Publicou agora um livro que retrata Salazar, Cunhal e Soares, os nomes mais marcantes do século XX português. Depois, elenca alguns que também marcaram a democracia, mas em menor grau. Eanes, Sá Carneiro, Cavaco, Guterres, Freitas, Sócrates e Passos Coelho. Omitiu António Costa. Não marcou?

Esses rankings destinam-se aos que já são passado do ponto de vista político e António Costa está em funções. Mas, com o que fez até agora, e seguindo o seu convite, acho curto. É cedo e é curto. Ilustrou-se por um ou dois factos: durar, já lá está há seis anos. É um êxito, mas não é uma obra. Conteve as oposições – também é um êxito. Fez a espécie de reversão de rendimentos a uma parte da população que tinha sido prejudicada pela austeridade, foi um ato de generosidade, que lhe foi permitida pelas novas condições económicas, financeiras, europeias até pelo último ano do governo anterior – mas não é uma obra. Não criou novas empresas, novas indústrias. Finalmente, há esta espécie de obra-prima de habilidade que foi libertar-se do legado de Sócrates. Ele não só é um herdeiro de Sócrates, como foi colaborador e coprotagonista, como tantos outros, e conseguiu libertar-se disso. Isso é um feito. Mas é um feito de habilidade política, não mais do que isso.»

[https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/antonio-barreto-este-e-um-governo-mecano]

Três Retratos: Salazar, Cunhal, Soares e outras obras de António Barreto estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/antonio-barreto/

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