Aquele que é considerado o mais completo trabalho de investigação sobre o grande terramoto de Lisboa de 1755, o maremoto e a tempestade de incêndios que se lhe seguiu foi escrito pelo historiador Mark Molesky. O livro tem o título de O Abismo de Fogo — O Grande Terramoto de Lisboa ou Apocalipse na Idade da Ciência e da Razão.
A obra vai ser apresentada pelo historiador português António Araújo, no Museu da Farmácia / Auditório ANF, na Rua Marechal Saldanha, n.º 1, em Lisboa, às 18:30. O Autor estará presente.
Mark Molesky doutorou-se em Harvard e é actualmente professor na Universidade de Seton Hall, nos EUA, onde se especializou em História Intelectual e Cultural da Europa.
Neste ensaio, o autor recorreu às mais variadas fontes, algumas delas nunca antes usadas, para descrever o que se passou a 1 de Novembro de 1755 em Lisboa, as repercussões físicas do terramoto e do maremoto e as discussões científicas e filosóficas suscitadas na Europa e nos Estados Unidos.
No Dia de Todos os Santos, em 1755, um sismo abalou a terra, desde o fundo do oceano Atlântico até às costas ibérica e africana. No caminho estava Lisboa, então uma das cidades mais ricas do mundo e capital de um vasto império. Em minutos, parte da cidade transformou-se em ruínas.
Mas isto foi apenas o começo. Meia hora depois, um maremoto originado pelo terramoto atingiu o litoral português, provocando uma enchente no rio Tejo, arrastando milhares de pessoas para o mar. No final do dia, ondas gigantes haviam feito vítimas em quatro continentes.
Completando a destruição, uma tempestade de fogo engoliu quase tudo o que restava da cidade, atingindo os sobreviventes com temperaturas que excederam os 1000 ºC. As chamas prolongaram-se por várias semanas.
Tendo por base novas fontes, as últimas descobertas científicas e um profundo conhecimento da História da Europa, Mark Molesky dá-nos um relato do Grande Desastre de Lisboa e do seu impacto no Ocidente, em que se inclui a descrição do primeiro movimento de ajuda humanitária mundial, do aparecimento de uma ditadura em Portugal (que, apesar de tudo, serviu para modernizar o país) e do efeito da catástrofe no Iluminismo europeu.
Muito mais do que uma crónica sobre destruição, O Abismo de Fogo é um emocionante drama humano onde surgem personagens inesquecíveis, como o marquês de Pombal, que encontra no caos o caminho para o poder, ou Gabriel Malagrida, o carismático jesuíta que acabou por ser morto devido à sua interpretação do terramoto como castigo divino.
«As batalhas perenes da humanidade entre a fé e a razão sempre foram postas à prova nos momentos de calamidade. O terramoto de 1755 foi o primeiro e mais dramático desses momentos na era moderna, e aguardava pacientemente o seu historiador. Tem finalmente, em Mark Molesky, o seu brilhante analista.» [Simon Schama]
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