Porto Negro, conhecida entre os marinheiros do mundo como a Cidade do Amor Vadio, é um lugar remoto, plantado no coração dos trópicos onde, durante o dia, dizem, cheira ao suor da vida dos homens e, à noite, ao perfume das mulheres da vida. Em Porto Negro vive Santiago Cardamomo, um jovem estivador que divide o tempo livre que tem entre os bares do porto e a cama das mulheres que nunca lhe faltam. Em Porto Negro vive Ducélia Trajero, a filha donzela do açougueiro da terra, em quem o pai deposita todas as esperanças e que sonha com Santiago desde o primeiro dia em que o viu. Em Porto Negro vive também Rolindo Face, o mesquinho empregado do açougue, que jurou a si mesmo que a filha do patrão haveria de ser sua, custasse o que custasse.
Amor, ódio, ciúme e vingança misturam-se numa trama que percorre mais de meio século e envolve personagens tão diversas quanto uma antiga escrava que aguarda num palacete em ruínas o regresso do seu amo; um foragido da justiça que vive uma relação clandestina para esquecer o passado; e um mulato adamado que trabalha na mais afamada casa de passe do Bairro Negro e que, nas desertas horas da madrugada, se perde pelo porto à procura de afecto.
O Pecado de Porto Negro, obra finalista do Prémio LeYa e semifinalista do Prémio Oceanos, é um mosaico de histórias que se vão encadeando para construir um romance sobre o carácter circular do tempo e aquilo que em nós há de mais primitivo, profundo e humano.
De Norberto Morais, a Relógio D’Água editou também A Balada do Medo.
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