A propósito de «Inteligência Artificial, 5G e geopolítica», António Costa Silva menciona Kai-Fu Lee, cuja obra As Superpotências da Inteligência Artificial a Relógio D’Água editou recentemente:
«Hoje na China já é possível vislumbrar o futuro da economia: a China já está muito à frente dos EUA como produtora de dados digitais, o fosso aumenta todos os dias, a China já é líder mundial na implementação da IA e está a mudar a sua economia com a galáxia de aplicações da IA a um mercado imenso onde a revolução se está a operar desde as reparações de automóveis, a mobilidade nas cidades, as entregas de comida, as vendas a retalho, com empresas que usam um volume imenso de dados processados pela IA e mudam sectores inteiros da economia a uma velocidade estonteante criando um novo paradigma industrial. A era dos dados pode não só revitalizar a economia como reinventá-la.
Neste quadro, como diz o analista Kai-Fu Lee, a China está no seu momento Sputnik, como a antiga União Soviética quando lançou o seu primeiro satélite em 1957 e desafiou a superioridade tecnológica americana. Só que a resposta americana hoje é errada e ineficaz. Não se pode combater a tecnologia com muralhas, ameaças, chantagens, guerras comerciais, perseguições e exclusões de mercados. A tecnologia é disruptiva, multidimensional e dinâmica e não se combate com a ordem mental do século passado criando uma Nato da Tecnologia ocidental para se opor a um Pacto de Varsóvia ou de Xangai da tecnologia oriental. Isso não funciona.» [António Costa Silva, «Inteligência Artificial, 5G e geopolítica», Público, 14/7/2019]
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