«Um viajante terrestre, de seu nome Ai (o que soa como um grito de dor, mas também como eu em inglês, “I”), é enviado numa missão a Inverno, com o objectivo de convencer esse planeta a fazer parte do Ecuménio, uma civilização galáctica, assente na comunicação e na cooperação, uma liga de mundos cuja união é mais espiritual do que política. Inverno, uma terra inóspita, sem flores e sem aves, é um estranho mundo marginal, no limite do conhecido, perto do braço sul de Oríon, para lá do qual não existe qualquer outro mundo habitado, e com a particularidade de os seus habitantes serem andróginos: o seu corpo passar por ciclos hormonais em que eles serão ora homens ora mulheres, podendo ser pais de uma criança e mães de outras.
Como é próprio da ficção científica, nesta obra o que fala mais alto não é a capacidade de fantasiar da autora, e a sua genialidade efabulatória e narrativa, mas sim a forma como se parte da alteridade de um outro poso, num outro planeta, para reflectir sobre a própria humanidade e sobre a condição terrestre […].» [Paulo Nóbrega Serra, no blogue Palavras Sublinhadas. Texto completo em http://palavrassublinhadas.com/mao-esquerda-das-trevas-ursula-k-le-guin-relogio-dagua/ ]
Sem comentários:
Enviar um comentário