Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Os Sonetos, de William Shakespeare (Tradução, Introdução e Notas de António Simões e M. Gomes da Torre)
Os sonetos de Shakespeare (1609) foram já parcialmente traduzidos por autores que vão de Camilo Castelo Branco a Vasco Graça Moura ou a Ana Luísa Amaral. Esta é uma nova tradução dos 154 sonetos.
«XVIII
Devo comparar‑te a um dia de Verão?
Há em ti mais suavidade e formosura:
Em Maio, a ventania sacode o tenro botão,
E o prazo do Verão bem pouco dura.
Por vezes, o olho do céu brilha abrasador,
E muitas vezes se lhe escurece o tom doirado;
E tudo o que é belo perde o seu fulgor,
Pela sorte ou mutável natura despojado.
Mas teu eterno verão não murchará,
Nem a beleza que possuis irá perder,
Nem a morte de errares em sua sombra se gabará,
Se em versos eternos no tempo vais crescer.
Enquanto homens respirem e olhos possam ver,
Viverão estes versos que te farão viver.»
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