Kamila Shamsie em entrevista a Isabel Lucas, a propósito de Conflito Interno, que foi recentemente reconhecido com o Women’s Prize for Fiction 2018
«Um escritor não escreve para falar dos livros que escreve , mas falar dos livros que escreve pelo mundo traz muito alento. Kamila Shamsie tem idos a festivais literários, feito tournées, dado muitas entrevistas para falar de Conflito Interno (Relógio D’Água), uma versão atual — perdoe-se o exagero — de Antígona, a tragédia de Sófocles sobre dois irmãos divididos. Paquistanesa, natural de Carachi, onde nasceu em 1973, entretanto fez-se cidadã britânica e, com isso, sentiu-se com legitimidade para questionar as contradições da cidadania numa sociedade marcada pelo preconceito. (…)
— O seu último romance tem tido uma vida longa nos jornais, nos prémios literários, nas livrarias. Numa altura em que os livros sobrevivem tão pouco tempo à exposição pública, como olha para esta longevidade de Conflito Interno?
— É muito bom e inesperado. Não imaginava isto — nunca se imagina, acho — quando se escreve um romance, que tenha este tipo de atenção e provoque entusiasmo. E uma das coisas que mais me satisfaz ao receber este prémio é que levou a que o livro merecesse atenção em muitos países. No início houve alguma atenção na América e em Inglaterra, o que foi bom, mas nos últimos meses houve interesse de outros países. Espero que seja por causa de a história ser relevante para muitos países em todo o mundo. Um escritor quer, em última instância, que o maior número de pessoas possível leia aquilo em que trabalha. Por tudo isso, estou muito contente.» [Kamila Shamsie entrevistada por Isabel Lucas, revista LER, Inverno-Primavera 2019]
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