1.3.19

Sobre Marlon James






«Bem-vindos ao universo criado pelo jamaicano Marlon James. Uma África ficcional, civilização geradora de lendas e mitos que começou em Black Leopard, Red Wolf, primeiro volume de uma trilogia já com edição portuguesa confirmada. É o início de uma viagem que pode não ter fim. “A criança morreu. Não há nada mais para saber.” Tudo podia acabar aqui, mas começa. São as primeiras palavras da ambiciosa trilogia — protagonizada por um homem chamado Tracker — do jamaicano de 48 anos, vencedor do Booker em 2015 com Breve História de Sete Assassinatos (Relógio D’Água, 2016), romance polifónico sobre os homens que mataram Bob Marley. Nas entrevistas que James foi dando sobre o livro, avisara de que vinha aí uma espécie de Game of Thrones africano. […] 
No princípio do livro uma criança morreu e isso gera o maior dos silêncios. Marlon convoca essa ausência de som, de palavras. Dá um tempo, e entra depois num imprevisível túnel de sentimentos povoado por feiticeiros e vampiros, 640 páginas na edição inglesa, do primeiro volume de uma trilogia com direitos comprados por Hollywood, quando Breve História de Sete Assassinatos está a ser adaptada a série apela HBO (não sem umas palavras azedas de James aos produtores por não concordar com algumas decisões), e uma ou duas marcas: a cada vez maior ligação entre literatura e televisão e a fuga de muitos escritores para universos fantasiosos e especulativos, talvez como escape de um presente que, entretanto, tantos outros autores preferem para explorar numa escrita mais próxima do documentário ou do ensaio jornalístico. A trilogia de Marlon James já foi comprada em Portugal, pela Relógio D’Água e ainda não há data para a publicação do primeiro volume.» [Isabel Lucas, Público, ípsilon, 1/3/2019]

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