«Eis um livro escrito com pinças. Fruto da paixão de uma escritora por outra, este romance biográfico mantém um equilíbrio entre o rigor e a imaginação, em que a paisagem, nomeadamente a floresta sueca que cerca o mundo onde Selma Lagerlöf viveu, nos pode dar pistas sobre o método seguido: “Quero desenhar essas silhuetas longas, douradas, brandas, misteriosas no escuro da densidade que consigo perceber.” Funciona com árvores, e irá funcionar com os humanos. Outra ferramenta importante na construção do livro é a ironia. Como não sorrir, quando uma morta bem-disposta nos interpela, recordando episódios de uma vida longa: “Salvei quase tudo através da memória e de um certo olhar sobre o passado. Salvei até os meus fantasmas que esses , estivesse onde estivesse, nunca me abandonaram.”» [Rui Lagartinho, Expresso, E, 5/1/2019]
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