14.12.18

Michael Ondaatje, de quem a Relógio D’Água acaba de publicar A Luz da Guerra, em entrevista a Isabel Lucas




«É este o homem saído da reclusão, agora para promover novo romance, A Luz da Guerra, mas sobretudo para receber o prémio de melhor Booker de sempre com O Paciente Inglês. Publicado em 1992, o romance que conta a história de quatro pessoas fechadas numa vila italiana na II Guerra ganhara então o prémio empatado com Sacrated Hunger, de Barry Unsworth. Anthony Minghella adaptou-o ao cinema em 1996 e ganhou nove Óscares. Parecia que o filme se sobrepusera ao livro, até que o Booker Prize celebrou 50 anos e considerou O Paciente Inglês o melhor Booker de sempre. Ondaatje está feliz. Acha que foi o livro da sua libertação, mas mais preocupado está com A Luz da Guerra, outro romance com acção no final da II Guerra. Desta vez em Londres e outra vez sem que a guerra seja o centro. É mais o abandono e a sobreposição de memórias transformadas em grande voz narrativa. Nele, Nathaniel olha para a sua infância.
Em 1945, tinha 14 anos quando os pais saíram misteriosamente da sua vida e o deixaram, e à irmã, aos cuidados de um homem bizarro, o Traça, amigo de outra figura pouco ortodoxa, o Flecheiro, mulherengo, entre outras características, que um dia conhece Olive. Ela aparece de forma fugaz, mas muda a percepção do mundo dos dois irmãos.

— Em A Luz da Guerra há uma personagem, Olive, uma russa etnógrafa, que apresenta como alguém com muitas paisagens dentro. Isso parece válido para si. Nasceu no Sri Lanka, viveu em Londres, depois em Toronto, tornou-se canadiano e as suas origens parecem conter muitas nacionalidades: holandesa, senegalesa, tamil, diz-se até que portuguesa. Além disso, esse sentido de lugar está presente em todos os escritos. E lugares diferentes.
— Sim, é verdade. Os lugares são a minha âncora. De outra forma a história não acharia um caminho.»



«A Luz da Guerra» pode ser adquirido através do site da Relógio D’Água, em https://relogiodagua.pt/produto/a-luz-da-guerra/

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