Maria Filomena Molder com cartola numa fotografia de Jorge Molder [in Observador, 6/10/2018]
«Maria Filomena Molder é um dos segredos mais bem guardados da nossa cultura. Não porque esteja escondida, esquecida ou exilada. Escreve e publica, dá entrevistas, faz conferências em Portugal e no estrangeiro (apanhámo-la a meio caminho entre Florença e a preparação de uma conferência sobre o filme Jaime de António Reis e Margarida Cordeiro). Simplesmente porque pouca gente há, no nosso espaço público, que seja simultaneamente tão próxima e tão longínqua, tão incapturável pelos tópicos dos discursos vigentes nas artes, na sociedade, na filosofia. E, ainda assim, tão capaz de traduzir as suas contemplações, reflexões, memórias, rememorações numa escrita que nos põe dentro de uma intimidade profunda, não com ela, mas com nós mesmos. […]
Maria Filomena Molder, numa fotografia que ela própria escolheu para se re(a)presentar. O facto de a imagem estar ligeiramente desfocada é uma das razões da escolha [in Observador, 6/10/2018]
Os dias são precisamente o mote desta conversa: chamou-lhes, no seu mais recente livro Dia Alegre, Dia Pensante, Dias Fatais (Relógio d’ Água), um conjunto de ensaios que, tal como a viagem de Ulisses, são por vezes a travessia num mar difícil de vindimar, como o são para a própria autora que diz ter de esperar que aquilo que é dito possa ser escrito. Para ela não é imediato nem é líquido que consiga fazer esta passagem.Tal como, e pegando numa imagem da ensaísta Silvina Rodrigues Lopes, a literatura não existe sem atrito, também não existem bons livros que não oponham resistência aos seus leitores. Ainda que hoje nos queiram convencer do contrário, a obra é mais importante que a atenção que lhe é dedicada e no fim é sempre a obra que procura os seus leitores e não o contrário.»
A entrevista completa pode ser lida aqui.
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