23.8.18

Sobre O Sonho de Bruno, de Iris Murdoch




«O Sonho de Bruno, de Iris Murdoch (1919-1999), romancista e académica na área da filosofia. As questões morais foram sempre decisivas na obra. O Sonho de Bruno, um dos seus romances mais aclamados, foi agora publicado. Narrado na terceira pessoa, conta a história de Bruno, um homem de idade avançada deformado pela doença: «Ele sabia que se tornara um monstro.» Espera pela morte em casa de Danby, o genro viúvo. Intriga em família, portanto. À beira da morte, tudo gira em torno da essência da vida. Bruno tem duas obsessões: aranhas e selos. Estudou as primeiras, coleccionou os segundos. Faz vista grossa à aversão que suscita, em particular na enfermeira e na empregada doméstica, mas continua a preocupar-se com os impostos (a quem doar a colecção de selos?). A narrativa apoia-se num compósito de doença, sexo, traição, arrivismo, segredos e acidentes naturais. Fora do huis clos, o filho Miles, de quem Bruno se afastou no dia em que o viu casar com uma indiana, que entretanto morreu. Sem surpresa, Murdoch manipula tudo de forma admirável.» [Eduardo Pitta, blogue Da Literatura, a propósito de crítica publicada na revista Sábado, 16/8/2018]

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