«Os imponentes museus da História da China e da Revolução Chinesa, erguidos em 1959 no lado oriental da Praça Tiananmen, o centro físico e político de Pequim, fundiram-se há 15 anos numa nova instituição, chamada Museu Nacional da China. Não, a revolução não passou à história. A China tornou-se a segunda economia mundial, ultrapassando a Alemanha e o Japão, mas “por trás deste milagre económico está um forte par de mãos, que se chama revolução”, diz o romancista Yu Hua no livro “China em Dez Palavras”. TRata-se do único título de não-ficção do autor e, tal como “Crónica de Um Vendedor de Sangue”, o seu primeiro romance publicado em Portugal, em 2017, foi traduzido diretamente do chinês.
“Revolução” é uma das dez palavras destacadas por Yu Hua para descrever o seu país: “as mobilizações revolucionárias do tipo do Grande Salto em Frente, assim como a violência revolucionária ao estilo da Revolução Cultural, são elementos fundamentais do nosso milagre económico”. A Revolução — explica o autor — “leva a vida para terrenos desconhecidos, e o destino de uma pessoa pode transformar‑se por completo […]. Os laços entre as pessoas tornam‑se igualmente instáveis, pois os que hoje são companheiros de luta amanhã podem transformar‑se em inimigos de classe”.» [António Caeiro, E, Expresso, 2/6/2018]
Sem comentários:
Enviar um comentário