«A grande força e qualidade da novela está precisamente neste carácter duplo de Myra e Oswald, as diferentes faces que exibem – como se parecem aos outros, que os observam de fora, e como se parecem um ao outro – e na forma como só a inversão da situação do casal permite aos de fora vislumbrarem o verdadeiro carácter da relação. A personagem de Nellie, a narradora, acaba por isso por ter como função principal precisamente a ilustração desse facto (acabando por transformá-la em não mais que instrumento narrativo). Aquilo que Nellie não tinha conseguido ver 25 anos antes, era agora evidente: a relação de ambos não era perfeita, como faziam crer as histórias que de Myra se contavam. Aquilo que estava escondido surgia agora à superfície, impelido pelos anos e pela deterioração das condições de ambos.» [Miguel Fernandes Duarte, Comunidade Cultura e Arte, 16/3/2018]
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