António Barreto estará hoje na Arquivo, em Leiria, a partir das 21:00, para uma conversa com os leitores sobre os seus últimos livros, «De Portugal para a Europa» e «Tempo de Escolha».
«Na verdade, se a Europa, qualquer que seja a sua construção futura, prescindir das identidades nacionais, das culturas dos seus povos e do seu pluralismo intrínseco, está condenada. Ou então é sinal de que um qualquer despotismo imperial ou burocrático se instala. Rever o seu pluralismo e repensar as suas identidades nacionais, mantendo‑as vivas, é talvez, para as próximas gerações, a tarefa mais difícil e o objectivo mais complexo. Mas será certamente uma condição de sobrevivência.» [Da Apresentação de De Portugal para a Europa]
«A desculpa externa, o bode expiatório externo, a culpa que vem do exterior sempre funcionou em Portugal. Inimigos, riscos e perigos vêm sempre de fora. O que corre mal, para quem está no poder, vem de fora. Comunistas, terroristas, colonizadores, imperialistas, exploradores, extorsão financeira, exploração, ágio e ideias subversivas: vêm todos do exterior. Mas a verdade, em última linha, com excepção da agressão pura e simples, é a de que a culpa vem sempre de nós, das nossas falhas, das nossas insuficiências, dos nossos erros e das nossas dívidas. E a dificuldade em encontrar quem reconheça as suas faltas, as nossas faltas, a fim de as corrigir e evitar no futuro, fundamenta um pessimismo de rigor.» [De Tempo de Escolha, livro que reúne artigos publicados pelo autor de 2015 a 2017 no Diário de Notícias e entrevistas realizadas entre 2014 e 2017]
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