«Tenho pensado muito em Karen»
Ana Teresa Pereira, no Jornal da Madeira, a propósito da atribuição do prémio Oceanos
Entrevistada por foi entrevistada por Susana de Figueiredo, Ana Teresa Pereira diz:
« “Eu não posso falar muito de Karen, porque ela é um dos mistérios do livro. No fundo, nunca sabemos nada sobre ela. E como só vemos o mundo através dos seus olhos [e ela está muito confusa], nunca descobrimos quem é afinal esta mulher. É por isso que se torna, para mim, tão difícil falar sobre este livro… É um livro todo escrito por dentro.” Mas a autora sabe quem é a Karen… “A autora acha que sabe, mas por vezes também se surpreende. Há muita coisa que escapa à minha vontade, porque ali coexistem o meu inconsciente, o inconsciente do livro e o inconsciente do próprio leitor, que tem uma influência muito forte.” Na verdade, estamos perante um policial em que o mistério vai crescendo página a página: a neblina nunca se desfaz, por vezes indicia uma espécie de clareira, mas logo torna a adensar-se, a fazer-nos deambular num limbo de realidades. O desfecho? Não existe. “Karen” tem muitas referências à pintura abstrata, e de facto acaba por ser uma espécie de policial abstrato, em segunda mão, ao qual falta a última página e, mesmo assim, queremos lê-lo.» [Jornal da Madeira,1/12/17]
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