11.9.17

Sobre Poemas Escolhidos, de Yorgos Seferis





«Por mais paradoxal que possa parecer, a poesia de Yorgos Seferis, que viveu e escreveu em pleno tumulto do século XX, contém apelos e problematiza questões que se podem aproximar desse estado de coisas antes de haver Estado — como nesse tempo imemorial do Minotauro, no poema de Sena, e de outros monstros, humanos ou não. Numa das composições recolhidas em Poemas Escolhidos, escreve Seferis: «nem eu sabia para onde olhar, sem pátria/ eu que combato aqui em baixo» (p.39). E uma pátria esfacelada, não equivalerá ela a uma pátria antes das pátrias e dos Estados? Territórios da luta pela sobrevivência, lugares da desolação, sem qualquer centro aglutinador, onde corpos se esforçam pela manutenção do sangue da vida.» [Hugo Pinto Santos, Revista Caliban, 26-08-2017]

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