11.4.17

Sobre Crónica de Um Vendedor de Sangue, de Yu Hua



«Yu Hua (n. 1960) é tido pelos conhecedores como um dos mais importantes escritores contemporâneos chineses. Autor de três romances, e de algumas colectâneas de contos e outras de ensaios, a sua obra está traduzida para várias línguas europeias; em 2002 tornou-se o primeiro escritor chinês a ser distinguido com o prestigiado James Joyce Foundation Award. O romance Crónica de Um Vendedor de Sangue — o primeiro título de uma série em que a editora Relógio D’Água promete publicar clássicos contemporâneos da literatura chinesa, traduzidos a partir do original — é considerado um dos dez livros mais influentes na China nas últimas décadas.
Crónica de Um Vendedor de Sangue é um retrato impiedoso da China comandada por Mao, mas descrevendo-a, e curiosamente, sem entrar de maneia óbvia e directa nos aspectos mais políticos dessa décadas. Xu Sanguan, o protagonista, trabalhava como distribuidor de casulos na fábrica de seda da cidade. Era um jovem de vinte anos por volta de 1950, filho, e decidiu que tinha chegado a altura de se casar. Mas com o ordenado que ganhava na fábrica de seda, dificilmente conseguiria manter uma família. Entretanto, na aldeia onde vivia um tio, ouviu dizer que os homens que não vendem sangue não arranjam mulher. “Se queremos casar ou construir uma casa precisamos do dinheiro do sangue. O que ganhamos da terra mal chega para matar a fome.”» [José Riço Direitinho, Público, ípsilon, 7/4/2017]

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