17.3.17

Sobre O Sino, de Iris Murdoch







«A pequena comunidade laica anglicana de Imber Court é um microcosmo que Murdoch escrutina minuciosamente, como um entomólogo estudando um formigueiro entre lâminas de vidro, se bem que o olhar da autora acabe por revelar, sob a frieza científica e a ironia fina e algo cruel que é patente nas primeiras páginas, estar imbuído de profunda humanidade e compreensão para com algumas das personagens. (…)
O Sino tem a particularidade de tratar o amor homossexual — mais precisamente a efebofilia, que é assunto mais complexo e delicado — de forma explícita e desassombrada, tratando-o sem censura nem aprovação, apenas como uma das muitas declinações possíveis do amor. É preciso lembrar que o livro foi publicado quando faltavam ainda nove anos para que a lei britânica descriminalizasse a prática e actos homossexuais em privado e, ainda assim, sendo requerido que ambos os intervenientes tivessem mais de 21 anos.» [José Carlos Fernandes, Time Out,1/2/2017]

De Iris Murdoch, a Relógio D’Água editou também O Mar, o Mar, O Bom Aprendiz, O Príncipe Negro, Uma Cabeça Decepada, e Sob a Rede.

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