30.1.17

Sobre No Outono, de Karl Ove Knausgård







«Chegou às livrarias No Outono, um dos volumes da tetralogia que Karl Ove Knausgard (n. 1968) dedicou às estações do ano. Célebre pela saga autobiográfica A Minha Luta, da qual estão traduzidos quatro dos seis volumes, Knausgard tornou-se um autor de culto também em Portugal, apesar da mudança de registo na língua de chegada: João Reis e Pedro Fernandes traduziram dois livros a partir dos originais noruegueses, enquanto Miguel Serras Pereira fez as suas traduções a partir das edições inglesas de Um Homem Apaixonado, A Ilha da Infância e Dança no Escuro. No Outono tem ilustrações de Vanessa Baird e compõe-se de um conjunto de três cartas dirigidas a uma filha que vai nascer. Cada carta é preenchida por vinte textos breves, sobre tópicos tão diferentes como sacos de plástico, gasolina, urina, sangue, febre, lábios vaginais, piolhos, Van Gogh, latas de conserva, vomitado, moscas, retretes, etc. Em cada um deles Knausgard expõe o seu ponto de vista: «A vergonha ajusta diferenças, cria segredos, desenvolve tensões. […] É na sexualidade que se trava a grande batalha entre a vergonha e o desejo.» Flaubert tem direito a vénia. Quatro estrelas. Publicou a Relógio d'Água.» [Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura, a propósito de crítica publicada na revista Sábado]

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