«Ainda
antes de mais considerações, os Contos
Completos de Clarice Lispector são servidos por uma das mais
impressionantes capas deste ano. E é bem possível que ela não seja destituída
do pódio até que 2016 acabe. Não se trata de um aspecto negligenciável,
sobretudo num momento em que tanto se lamenta a estandardização estética e se
criticam os processos de corte e colagem da preguiça. A irradiação que parte do
rosto de Clarice parece já um prenúncio inteligente. Da intensidade é
idiossincrático no seu estilo, do vigor incalculável da sua palavra como
avassaladora construção.
A
organização do volume coube a Benjamin Moser. Estudioso da vida e obra de Clarice,
Moser ordenou os contos, apresentando-os pelo critério da cronologia e
estabelecendo-lhes a forma desejável por entre variantes (e variáveis) que
comenta com elegante clareza. São 85 contos que documentam “toda uma vida de
experimentação artística” (Moser), já que o primeiro se publicou antes dos 20
anos, e o último foi deixado pela autora sob a forma de fragmentos.»
[Hugo
Pinto Santos, Time Out, 17-23/08/2016]
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