«Para o grande público, Orwell é sinónimo de Mil novecentos e oitenta e quatro,
o romance de 1949 que antecipou o formato Big Brother das sociedades actuais.
Mas Orwell escreveu outro tipo de livros, como por exemplo Homenagem à Catalunha, sobre a
sua experiência na Guerra Civil Espanhola. Entretanto, um conjunto de textos
avulsos, grande parte deles escritos durante a Segunda Grande Guerra, foi
coligido em Ensaios Escolhidos.
O que fecha o volume, um texto não concluído sobre Evelyn Waugh, é o exemplo
perfeito da sua heterodoxia, ao defender sem complexos o reaccionarismo do
autor: «O que Waugh tenta fazer é usar o febril e inculto mundo moderno como
contraponto para a sua conceção de um modo de vida bom e estável.» É largo
o espectro de temas. A independência da Índia, a sua passagem pela polícia
birmanesa, os ditirambos da crítica, as idiossincrasias de Dalí («um
biltrezinho imundo»), a poesia de T. S. Eliot, o equívoco nazi de P. G.
Wodehouse, consequências do nacionalismo, Tolstoi vs Shakespeare, o caso Ezra Pound e
outros. Absolutamente essencial.» [Eduardo Pitta, no blogue Da
Literatura, a propósito de crítica na Sábado a Ensaios Escolhidos,
de George Orwell, trad. José Miguel Silva]
11.7.16
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