24.6.16

Sobre Todos os Contos, de Clarice Lispector




«Estamos perante uma escrita do íntimo, quase sempre construída a partir de um sentimento da falta, de uma ausência sentida mas tantas vezes difícil de nomear, vivida quase sempre em solidão e num diálogo difícil, sufocado, com o mundo. São mulheres em território devastado, experimentando a dor, em conflito interno ou contra o lugar que a sociedade lhes reserva, e com Lispector num permanente exercício de linguagem para materializar o que só parece existir enquanto abstracção, no subconsciente, longe da vista. Essa escrita, também de combate, feminista, quase nunca sai do íntimo, no entanto.
É a mulher que intimamente se tenta ajustar ou se afasta do que dela é esperado. Em casa, no trabalho, perante uma paisagem, sob efeito da passagem do tempo.» [Isabel Lucas, ípsilon, Público, 24/6/2016]

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