«Estamos perante uma escrita do íntimo, quase sempre
construída a partir de um sentimento da falta, de uma ausência sentida mas
tantas vezes difícil de nomear, vivida quase sempre em solidão e num diálogo
difícil, sufocado, com o mundo. São mulheres em território devastado,
experimentando a dor, em conflito interno ou contra o lugar que a sociedade
lhes reserva, e com Lispector num permanente exercício de linguagem para
materializar o que só parece existir enquanto abstracção, no subconsciente,
longe da vista. Essa escrita, também de combate, feminista, quase nunca sai do
íntimo, no entanto.
É a mulher que intimamente se tenta
ajustar ou se afasta do que dela é esperado. Em casa, no trabalho, perante uma
paisagem, sob efeito da passagem do tempo.» [Isabel Lucas, ípsilon, Público,
24/6/2016]
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