«Autor de
dois romances, entre os quais o esplêndido Benoni (1997), Alexandre
Andrade (n. 1971) talvez seja mais naturalmente um autor de ficções curtas, e
muitíssimo idiossincráticas, como as reunidas em As Não-Metamorfoses
(2004) ou em Quartos Alugados (2015). O Leão de Belfort, noveleta
urbana, é um quase-ensaio disfarçado de deambulação ficcional pelas ruas de
Paris, essas que são “como uma noveleta cheia de incidentes e isenta de moral”.
O Leão do título é uma estátua parisiense, do mesmo escultor que concebeu a
Estátua da Liberdade. (…) Tal como em livros anteriores, Andrade acumula
acidentes, cambiantes, detalhes eruditos ou facetos; investiga o “romance de
aprendizagem”, entendido como uma “comédia do ideal”; questiona a literatura
mimética, a das “metamorfoses”. Embora menos forte do que os títulos acima
citados, O Leão de Belfort é um divertimento sofisticado, que multiplica
histórias porque desconfia delas, ou antes, porque as histórias bastam, a vida
basta, e não é forçoso que se comuniquem.» [Pedro Mexia, Expresso, E, 4-6-2016]
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