«Hoje na Sábado escrevo
sobre a integral dos contos de Clarice Lispector (1920-1977), que Benjamin
Moser juntou num único volume. São oitenta e cinco. Os que tiveram publicação
em volume, mais os avulsos repescados em jornais, revistas e outras
publicações, um texto arquivado na Fundação Casa Rui Barbosa, bem como inéditos
do espólio. Atentas as variantes ocorridas ao longo do tempo, Moser optou pelas
edições originais. Portanto, depois da integral das crónicas, temos Todos os Contos. Clarice é a déracinée típica,
a mulher que nasceu na Ucrânia, à época território russo, no seio de uma
família judaica, mas foi ainda bebé para o Brasil (a família teve de fugir dos
pogroms anti-semitas), onde o pai lhe mudou o nome: Haia virou Clarice. Nessa
altura ainda não tinha a nacionalidade brasileira, que só obteve em Janeiro de
1943, já com o curso de Direito concluído, onze dias antes de casar com um
diplomata e no mesmo ano em que publicou Perto
do Coração Selvagem, o romance de estreia que provocou ondas de
choque nos círculos literários mais exigentes. Tinha nascido uma lenda. No
prólogo, Moser faz notar que a obra «é o registo da vida inteira de uma
mulher, escrito ao longo da vida inteira de uma mulher […] o primeiro registo do género em
qualquer país.» [Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura,
25/5/2016]
31.5.16
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