«É talvez o maior fenómeno literário dos últimos anos. De repente,
Elena Ferrante, a escritora italiana que se esconde atrás de um pseudónimo e
cuja verdadeira identidade permanece um mistério (ao ponto de haver quem sugira
tratar-se de um homem), invadiu a vida de muitas pessoas. A tetralogia A
Amiga Genial, publicada em tempo recorde pela Relógio D’Água (que já
publicara os três primeiros romances da autora num só volume: Crónicas do
Mal de Amor), tornou-se um inesperado sucesso de vendas. Inesperado porque
não estamos diante de uma autora comercial ou sequer enquadrável nas várias
categorias da edição mainstream. Como explicar então esta febre que
revolucionou os hábitos de leitura de tanta gente? (…)
Ainda assim, de onde nasce o magnetismo mplacável destes livros, essa
espécie de força que cria uma avidez compulsiva na leitura? Nasce de uma
evidência: o facto de Ferrante ser uma extraordinária narradora – o que fixa e
agarra os leitores, o que os leva a devorar, sem descanso, as quase 1500
páginas dos quatro volumes de A Amiga Genial, é um prodigioso mecanismo
romanesco, em que cada um dos elementos que o compõem – os atos das personagens,
os gestos, os diálogos, os conflitos, os impasses, as derivas, as pausas, os recomeços, os volte-faces – se encaixam e
articulam de forma perfeita.» [José Mário Silva, Expresso, E, 9/4/2016]
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