13.4.16

Sobre Elena Ferrante





«É talvez o maior fenómeno literário dos últimos anos. De repente, Elena Ferrante, a escritora italiana que se esconde atrás de um pseudónimo e cuja verdadeira identidade permanece um mistério (ao ponto de haver quem sugira tratar-se de um homem), invadiu a vida de muitas pessoas. A tetralogia A Amiga Genial, publicada em tempo recorde pela Relógio D’Água (que já publicara os três primeiros romances da autora num só volume: Crónicas do Mal de Amor), tornou-se um inesperado sucesso de vendas. Inesperado porque não estamos diante de uma autora comercial ou sequer enquadrável nas várias categorias da edição mainstream. Como explicar então esta febre que revolucionou os hábitos de leitura de tanta gente? (…)
Ainda assim, de onde nasce o magnetismo mplacável destes livros, essa espécie de força que cria uma avidez compulsiva na leitura? Nasce de uma evidência: o facto de Ferrante ser uma extraordinária narradora – o que fixa e agarra os leitores, o que os leva a devorar, sem descanso, as quase 1500 páginas dos quatro volumes de A Amiga Genial, é um prodigioso mecanismo romanesco, em que cada um dos elementos que o compõem – os atos das personagens, os gestos, os diálogos, os conflitos, os impasses, as derivas, as pausas,  os recomeços, os volte-faces – se encaixam e articulam de forma perfeita.» [José Mário Silva, Expresso, E, 9/4/2016]

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