«Nem o nome, nem o adjectivo são casuais, nem decepcionam, no
título desta recolha de Vladimir Nabokov. E o nome é, como dantes se dizia,
substantivo. Trata-se, realmente, de opiniões que são fortes. Nabokov sempre
assumiu essa posição opinativa que o levava a escolher ou a excluir (a famosa
sala de espera em que deixava Dostoievsky) com a assertividade (ou crueldade)
que era um dos seus timbres mais reconhecíveis – “Recuso-me a ser guiado e
controlado por uma comunhão de opiniões estabelecidas e traduções académicas”,
escreveu Nabokov, na fascinante polémica que manteve com um opositor à altura,
Edmund Wilson. Subjectividade ou caturrice, estamos a falar do homem que
escreveu: “um leitor sábio lê o livro de génio não tanto com o coração, não
tanto com o cérebro, mas com a espinha. É aí que ocorre o formigueiro
revelador” (Aulas de
Literatura, Relógio D’Água).» [Hugo Pinto
Santos, Time Out, 14/10/15]
19.10.15
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