19.10.15

Sobre Opiniões Fortes, de Vladimir Nabokov




«Nem o nome, nem o adjectivo são casuais, nem decepcionam, no título desta recolha de Vladimir Nabokov. E o nome é, como dantes se dizia, substantivo. Trata-se, realmente, de opiniões que são fortes. Nabokov sempre assumiu essa posição opinativa que o levava a escolher ou a excluir (a famosa sala de espera em que deixava Dostoievsky) com a assertividade (ou crueldade) que era um dos seus timbres mais reconhecíveis – “Recuso-me a ser guiado e controlado por uma comunhão de opiniões estabelecidas e traduções académicas”, escreveu Nabokov, na fascinante polémica que manteve com um opositor à altura, Edmund Wilson. Subjectividade ou caturrice, estamos a falar do homem que escreveu: “um leitor sábio lê o livro de génio não tanto com o coração, não tanto com o cérebro, mas com a espinha. É aí que ocorre o formigueiro revelador” (Aulas de Literatura, Relógio D’Água).» [Hugo Pinto Santos, Time Out, 14/10/15]

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