9.10.15

Sobre Departamento de Especulações, de Jenny Offill





«Este desconcertante romance de Jenny Offill é daqueles livros que não pode ser reduzido a uma sinopse. Porque a sinopse seria qualquer coisa como isto: um casal aproxima-se, descobre o amor, surge uma família, nasce uma criança, o homem tem um caso amoroso, o casamento fica em risco, a hipótese de uma rutura definitiva insinua-se, tal como a da improvável salvação. No século XIX, talvez se fizesse disto um drama burguês. No século XXI, é só um enredo vulgar, esgotadíssimo.
Esqueçamos então a sinopse, a trama, a “história”. Porque o estranho sortilégio em que este romance nos enreda não nasce da matéria narrativa, mas da narração propriamente dita. (….)
Na verdade, Departamento de Especulações revela-se tão mais verdadeiro quanto mais descontínuo, disperso e aparentemente aleatório. Talvez porque se aproxima, assim, do caos que é a vida.» [José Mário Silva, Expresso, revista E]

Sem comentários:

Enviar um comentário