«Shakespeare inscreve, assim, num padrão trágico o segmento da
história inglesa que contém a ascensão e queda de Ricardo III (Lull 90, 96-8),
sendo que se trata do segmento final e decisivo do conflito que ficou conhecido
por “Guerras das Rosas”, uma prolongada querela dinástica pelo trono de
Inglaterra que, na segunda metade do século xv, opôs as casas de York e Lancaster, heraldicamente identificadas
(respectivamente) por uma rosa branca e uma vermelha. (…)
Ricardo, Duque de Gloucester no início e Rei Ricardo a partir do
meio da acção, é enfaticamente destacado dos outros agentes do processo
histórico que compõem a galeria de personagens desta peça pela determinação que
o define e pelo enorme ascendente verbal que o dramaturgo lhe confere —
aferível pelos seus triunfos retóricos sobre outras personagens, bem como
(quantitativamente) pela percepção de que um terço do texto da peça está na sua voz.»
[Da Introdução]
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