«O livro Em Movimento parece, de facto, ser uma obra
de despedida, resenha de uma vida, despida de preconceitos ou outras reservas,
onde o autor transmite as recordações que quis que perdurassem em letra de
forma para quem o quisesse ler. Desde a distinção honorífica que recebeu da
rainha Elizabeth à ternura dedicada a seus pais, ao irmão esquizofrénico e a
outros familiares, às suas origens judaicas, ao reconhecimento da dedicação de
alguns amigos e colaboradores. Das situações que lhe despertaram emoções.
Daquilo que lhe deu prazer, como as motas e os halteres, o mergulho, as
viagens, as amizades e paixões, a profissão médica e a escrita.» [Vítor
Oliveira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia, Expresso, 5/9/2015]
«Via doentes com a atenção, minúcia e empatia dos grandes
clínicos do século XIX e escreveu magistralmente sobre vítimas de síndromas
neurológicos clássicos, autistas, psicóticos, surdos, cegos. Cientista e
artista, houve prémios criados especialmente para ele por partilhar tão bem os dois
dons. Alguns neurologistas escapavam ao seu encanto – “O homem que julgou que
os doentes eram uma carreira literária” – mas para a maioria, e para filósofos,
poetas, quem se maravilhe com a vida, foi fonte de inspiração.
Dizia-se judeu ateu e a ateus convictos (dos que dizem não
ter um corpo mas ser um corpo) a sua obra não levantará questões metafísicas. A
crentes e agnósticos inseguros talvez sugira que a alma reside no hemisfério
direito do cérebro (salvo, talvez, nos canhotos).» [José Cutileiro, Expresso,
5/9/2015]
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