29.6.15

Sobre Filho de Deus, de Cormac McCarthy





«Há uns tempos fechei o Filho de Deus de Cormac McCarthy depois da última página lida e pensei sobre o mundo do autor: na ausência de qualquer traço do divino, não há literatura que tanto peça por Deus como esta. Os inúmeros monstros que povoam a obra de McCarthy não são a exceção à Humanidade mas a sua regra. Há ranho, sangue e esperma nas linhas de Cormac porque ele está interessado em sacar sentido para a vida que aparentemente o dispensa (essa é a razão por que não perde tempo a ler Proust — não tem pachorra para quem não lida diretamente com a morte). Quanto menos Deus existe nas intenções dos criminosos de McCarthy, mais a divindade se intromete nos crimes deles.» [Tiago Cavaco, Ler, Verão de 2015]


De Cormac McCarthy, a Relógio D’Água publicou também O Guarda do Pomar, A Estrada, Este País não É para Velhos, Suttree, Belos Cavalos, Meridiano de Sangue, Nas Trevas Exteriores, A Travessia, O Conselheiro e Cidades da Planície.


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