No seu
anterior livro, Tens de Mudar a Tua Vida,
Peter Sloterdijk apresentou a prática como dimensão determinante da conditio humana. Em Morte Aparente no
Pensamento, considera segundo esta nova perspetiva tanto a ciência como a
prática do cientista.
Peter
Sloterdijk concebe a ciência como maneira de trazer à vida o próprio cientista
com recurso a sistemas de exercício geradores de ciência. Esse procedimento
inicia-se com os relatos de Platão sobre o seu mestre ateniense: quando travava
um intenso monólogo interior, Sócrates tinha pura e simplesmente de imobilizar-se
em qualquer lugar. Assim sendo, a Academia original foi um centro de práticas
onde os homens aprendiam técnicas para se ausentarem do mundo. As atuais
universidades têm também, de certo modo, dado contributos neste domínio.
Incluem-se na tradição desses «albergues de ausências» platónicos; fazem a
ligação entre a alteridade do ato de pensar e a exterioridade do ato de pensar,
ligação essa que torna possível a prática da ciência.
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