«Foi
muitas vezes notada (e quase tantas vezes censurada) a aparente indiferença de
Austen aos grandes eventos históricos do seu tempo. Apesar da ténue sombra das
guerras napoleónicas, Persuasão
continua a não ter espaço para a Revolução Francesa nem para os debates
abolicionistas; mas é revolucionário noutro sentido. Mais radical ainda do que
ser um romance antiaristocracia e pró-meritocracia, parece ser também um
romance antifamília e pró-afinidade. É um livro ferozmente contra a obrigação
de aceitar o que nos cabe à nascença e a favor de procurar o que queremos em
lugares mais improváveis. O pai e a irmã mais velha podem ansiar por
restaurações imaginárias ou privilégios superficiais; Anne apenas anseia por
boa companhia, de preferência longe deles.» [Do Posfácio de Rogério Casanova]
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