Paul Celan é o pseudónimo de Paul Antschel, nascido
em Czernowitz, na Roménia, em 23 de Novembro de 1920, de pais judeus de origem
germânica. Cursou Medicina em França, mas voltou à Roménia para estudar
Literatura. Os pais, que se recusaram a esconder-se dos nazis, morreram em 1942
num campo de concentração. O próprio Paul Celan foi enviado para um campo de
trabalhos forçados na Moldávia, sendo libertado pelo exército russo em 1944.
Saiu do seu país para Viena em 1947. A partir de 1948, viveu em Paris, onde se
suicidou em 1970. O afogamento no Sena ocorreu três anos depois de se encontrar
com Heidegger, na sua cabana na Floresta Negra. O filósofo alemão admirava o
modo como Celan trabalhava a língua alemã apesar de ser judeu, e este considerava
Heidegger um grande filósofo e não compreendia os seus compromissos com o
nazismo, nem o seu silêncio sobre o Holocausto, que lhe inspirou o poema
“Todtnauberg”.
Em 1948 publicara um primeiro livro de poemas, A
Areia das Urnas. Instalado em França, casara-se, em 1952, com Gisèle de
Lestrange, a quem escreveu mais de 700 cartas ao longo de 19 anos. Em 1955,
naturalizou-se francês. Em 1960, recebeu o Prémio Literário Georg Büchner
pronunciando então um importante discurso, “O Meridiano”. A partir de 1965, foi
internado em diversas ocasiões em hospitais psiquiátricos, onde escreveu alguns
textos em hebraico.
Tradutor do russo e do francês, Celan é, na opinião
de Jorge de Sena, “um dos grandes poetas alemães do pós-guerra, em quem a
liberdade do surrealismo e a linhagem do expressionismo intervencionista
(Brecht, etc.) ou visionário (Trakl) criam uma linguagem nova”.
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