«A arte
narrativa de Anton Tchékhov radica nessa capacidade de dizer o banal. Muito
antes de Carver, Tchékhov fez do quotidiano e das minúsculas incidências com
que a vida nos distrai o tesouro da sua escrita. Ao contrário de Dostoiévski e
de Tolstói, não se espraiou, em extensos tomos, a explorar as cavernas do
inconsciente e as galerias mal iluminadas da culpa, nem se ocupou a contemplar
o duplo gume do dever. Sintomaticamente, elegeu o conto, o teatro e, dentro
deste, não recusou as formas (literalmente) menores, como a farsa.» [Hugo Pinto
Santos, Time Out, 11-6-2014]
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